Territórios-Aparecidos Politicos








Obs.: Links 

O Coletivo Aparecidos Políticos foi criado a partir do encontro de quatro jovens artistas ativistas, em 2010, na cidade de Fortaleza (CE). Jovens com experiências em distintas linguagens - pintura, grafite, rádio, fotografia e o audiovisual – que decidem aproximar seus fazeres e saberes artísticos e políticos propondo intervenções urbanas, na perspectiva do direito à memória e a justiça de um dos piores momentos da história do Brasil, o período da ditadura civil militar (1968-1985). 

A proposta do Coletivo tem sido trabalhar a relação entre arte e política, o que compreendem por arte ativista. Com essa abordagem recorrem aos estudos de Rancière para pensar e sustentar que “a resistência da obra não é o socorro que a arte presta à política. Ela não é a imitação ou antecipação da política pela arte, mas propriamente a identidade de ambas. A arte é política”. 

A aproximação entre o Coletivo da Pesquisa In(ter)venções e os Aparecidos Políticos aconteceu a partir de um convite que recebemos para participar da Exposição/Ocupação “Rádio Arte: Memórias e Resistências” coordenada pelos Aparecidos, na Galeria Antônio Bandeira, em Fortaleza. Esse foi o primeiro contato com os jovens artistas ativistas. Uma conversa que mobilizou o desejo de realizarmos outras ações conjuntas. E, nessa perspectiva, convidamos o Coletivo Aparecidos Políticos para a VI Roda de Conversa, realizada em maio de 2012, no Instituto de Cultura e Arte, na Universidade Federal do Ceará. Neste reencontro, além de conhecermos um pouco mais os trajetos-devires das intervenções realizadas em Fortaleza os Aparecidos apresentaram suas experiências em Campinas (SP) e Marabá(PA) com o projeto Intervenção Urbana no Ar contemplado no Edital Rede Nacional Funarte Artes Visuais, edição 2011. O encerramento da Roda aconteceu no pátio do Centro de Humanidades II onde foram projetados alguns vídeos produzidos pelo Coletivo, nas paredes do prédio de Comunicação, na UFC. Com a proposta de seguir intervindo coletivamente convidamos os Aparecidos para mais uma Roda de Conversa, agora, com “Intervenções Sonoras” compondo a programação do I Festival Latino-americano de Rádio Educativo, em novembro de 2012, na UFC. E, em se tratando de rádio os Aparecidos apresentaram um manifesto do rádio livre: “Com quantas perguntas se faz um pensamento? Com quantas rádios livres se faz uma revolução  ?”, dialogando com a intervenção de Mauro Sá Rego Costa: “Caos: Terrorismos Poéticos e Outros Crimes Exemplares ” e as imagens e vinhetas da Rádio Potência Mental, de Porto Alegre e Nikosia, de Barcelona, apresentadas por Márcio Beloc. 

Além das ações que envolvem rádio arte os Aparecidos propõem o rebatismo de locais públicos em praças, ruas, auditórios que levam o nome de ditadores e ou torturadores do período militar. O ato consiste na retirada do nome de alguém que é símbolo da repressão transferindo a homenagem ao rebatizar com o nome de ativistas políticos desaparecidos durante a ditadura. Também realizam intervenções em muros e ruas, afixando cartazes com as fotos de desaparecidos pela ditadura militar e escrevendo seus nomes, enquanto performances são realizadas nas calçadas em parceria com o Coletivo Curto Circuito que também trabalha com intervenções urbanas em diversas cidades do país. As intervenções são filmadas e editadas sendo postadas no site do Coletivo que também se apresenta como um dos espaços de criação e difusão artística e política. Nessa breve apresentação, enfatizarmos a atuação dos Aparecidos e suas alianças com outros coletivos, organizações e movimentos sociais, bem como a relação com a universidade e as políticas publicas educacionais e culturais.

0 comentários:

Postar um comentário