Territórios

Territórios da Pesquisa em Fortaleza e Porto Alegre 

Um dos primeiros passos da “Pesquisa In(ter)venções Audio-visuais das Juventudes em Fortaleza e Porto Alegre”, iniciada em 2011, foi a proposição de conhecer as intervenções dos participantes em diferentes modos de organização de e com jovens (coletivos; autônomos, associações, ONGs, alianças com elas, entre outros), nas cidades de Porto Alegre e Fortaleza.

Nos encontros do Coletivo de Pesquisa, nas Rodas de Conversa e, nas Mostras Audiovisuais (em especial, a I e II Mostra, em Porto Alegre), inicia-se o mapeamento dos possíveis territórios da pesquisa. Nesta apresentação, retomamos a referência na noção de território num sentido expandido, num sentido que:

(...) ultrapassa o uso que dela fazem a etiologia e a etnologia. Os seres existentes organizam-se segundo territórios que os delimitam e os articulam aos outros existentes e aos fluxos cósmicos. O território pode ser relativo tanto a um espaço vivido, quanto a um sistema percebido no seio do qual um sujeito se sente “em casa”. O território é sinônimo de apropriação, de subjetivação fechada sobre si mesma. Ele é o conjunto dos projetos e das representações nos quais vai desembocar pragmaticamente, toda uma série de comportamentos, de investimentos, nos tempos e nos espaços, culturais, estéticos, cognitivos (GUATTARI; ROLNIK, 1996, p. 323).

Ao constituirmos um primeiro mapa das intervenções – a partir das experiências dos professores e estudantes (bolsistas e voluntários) e de suas redes de conversação, as cidades de Porto Alegre e Fortaleza, passamos a delinear critérios de escolhas. A cada apresentação alguns acontecimentos foram apontando as “forças e intensidades” de cada possível território, em especial, aqueles onde jovens expressam seus modos de intervir e inventar com as tecnologias sonoras, visuais e audiovisuais.

Nessa perspectiva, iniciamos a descrição do percurso trazendo, brevemente, os passos realizados na pesquisa, desde a escolha do território de intervenção, mais precisamente, o coletivo de jovens que atua na Associação dos Moradores do Titanzinho, situada no bairro Serviluz, em Fortaleza e o Projeto Lente Jovem, nas Ilhas de Porto Alegre.

Situar os territórios da pesquisa a partir da atuação de jovens na direção de uma Associação comunitária ou um projeto cultural e comunitário sugere a necessidade de problematizar o modo de conceber comunidade. Num primeiro estágio, o termo sugere um conjunto harmônico, de acordo com o significado da palavra, ou seja, comum-unidade, mas na concepção desse estudo o termo “comunidade” representa o inverso.

A comunidade é vista como uma multiplicidade de formas de produção de movimentos heterogêneos que se desestabiliza e se transforma.

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