Oficina-Costurando Cotidianos-Diário de Bordo


Oficinas - Costurando Cotidianos - Diário de Bordo


A oficina Costurando Cotidianos – Diário de Bordo, realizada no primeiro semestre de 2012, reuniu pesquisadores que participam do Coletivo da Pesquisa In(ter)venções Audio-visuais das Juventudes em Fortaleza e Porto Alegre, e propôs  a criação de seus diários de pesquisa com materiais de uso cotidiano mobilizando suas redes de afetos.A oficina aconteceu no Titanzinho, uma comunidade à beira da praia no bairro Serviluz, em Fortaleza, onde os participantes-pesquisadores realizam suas imersões na pesquisa-intervenção. A oficina aconteceu na sede da Associação de Moradores. O encontro contou com a participação de seis pesquisadoras que foram convidadas a apresentarem seus temas-problemas de pesquisa e os materiais que traziam consigo para a criação e produção do diário. Nas falas, surgiram questões relacionadas à cidade e os espaços desconhecidos; como se pensa os diferentes lugares da cidade; as relações e os primeiros contatos com o território da pesquisa; como ele surge nas vidas e nos cotidianos das pesquisadoras. E, por último, a pergunta de como se percebiam pesquisadoras. Cada participante estava em um período diferente – alguns iniciando a elaboração do projeto de pesquisa, outros já envolvidos com o processo e com diferentes experiências. Na conversa, surgiu a consideração da pesquisa como “um lugar de morada”, e foi nesse embalo que seguimos nosso dia: compartilhando nossos olhares e escutas do cotidiano.Nessa experiência, entendemos o diário de bordo como ponto de intersecção dos processos de criação, no cotidiano. E, na perspectiva do conceito de autopoiesis concebido por Maturana e Varela (1990), entendemos como uma experiência artístico-afetiva para compartilhar a autocriação no processo de viver, conhecer e, em nosso caso, observar e cartografar modos de habitar territórios existenciais.  A oficina teve como intenção pensar diferentes formas de produção e uso do caderno, no caso o diário de bordo. A proposta consistia em compartilhar fazeres e saberes da experiência e formas singulares de criação e pesquisa. Partimos de um modo de fazer inventivo e coletivo em que, aos poucos, as singularidades foram aflorando e produzindo distintos trajetos e devires. 

(Fragmentos do capítulo: Pesquisar e inventar: experiências com a observação e o método da cartografia de autoria de Deisimer Gorczevski e Wilma Farias Gois, no livro Pesquisa em Perspectiva: percursos metodológicos na invenção da vida e do conhecimento. Deise Juliana Francisco; Deisimer Gorczevski; Karla Rosane do Amaral Demoly (Orgs). Editora Ufersa, no prelo).

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